Paciente: Duck
Peso: 29 Kg
Idade: 7 anos
Raça: Setter Irlandês
Resumo: O caso clÃnico apresentava um animal agressivo que fazia supor pela descrição do proprietário de uma lesão traumática provocada por mordedura de um outro canÃdeo. Após sedação ligeira fizemos um exame clÃnico cuidadoso e profundo e o que efectivamente detectamos foi uma otite purulenta muito dolorosa provocada por um corpo estranho. Não havia sinais nenhum de traumatismo. A videoostocopia foi o método de diagnóstico e tratamento escolhidos.
- Antecedentes
À quatro meses que o paciente é medicado com uma associação de antibióticos (amoxicilina) e (cefalosporina) para debelar um traumatismo grave que apresenta na cabeça resultante provavelmente de uma mordedura. A patologia vai-se arrastando sem se vislumbrar uma solução.
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- Anamnese
Sacode constantemente a cabeça. Mantém a cabeça inclinada para o lado esquerdo. Manifesta muita dor. Exala um cheiro muito fétido. Está a ficar agressivo, isola-se e não quer ser acariciado na cabeça.
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- Exame Clinico
Exame geral – Abatimento, prostração, anorexia, agressividade.
Exame Otológico – Há dor muito intensa à palpação do ouvido esquerdo. Ouvido Externo: o pavilhão auricular e todos os pêlos anexos estão conspurcados de um pús espesso e nauseabundo. Só após sedação foi possÃvel a utilização do otoscópio que detectou, um epitélio dilacerado e muito hemorrágico, uma ectasia dos condutos vertical e horizontal, uma grande acumulação de pus que não permitiu a visualização adequada de todas as estruturas. Não há sinais de mordedura no pavilhão auricular.
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- Exame Complementar
Videootoscopia – Protocolo anestésico: Premedicação – Acepromazina 0,02 mg/Kg + Buprenorfina 0,005 mg/Kg (Calmivet + Buprex) IM. Indução – Propofol (6 mg/Kg). A anestesia geral é mantida após intubação endotraqueal por uma mistura de O2 e Sevoflurano 3%. Utilizando uma ótica 2,7 mm e fazendo lavagens permanentes do ouvido com soro fisiológico tépido e procedendo à aspiração dos lÃquidos purulentos detectamos várias praganas incrustadas no tÃmpano.
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Aspiração de LÃquidos Purulentos |
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Corpo Estranho - Praganas |
- Tratamento
Tratamento Cirúrgico – Cirurgia de MÃnima Invasão: Utilizando a ótica 2,7 mm e uma pinça de extracção de corpos estranhos foram retiradas todas as praganas alojadas no fundo do ouvido que migraram em direcção ao ouvido médio. Não detectamos uma ruptura grave do tÃmpano. A franja vascular que contém uma rede de pequenos vasos sanguÃneos estava intacta. (Foto nº3 e Foto nº4)
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Franja Vascular do TÃmpano |
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Fixação das Praganas e Extracção |
Tratamento Médico:
Fez-se associação de um tratamento local e oral por um perÃodo de 12 dias.
Previamente à aplicação local usamos um produto de limpeza particularmente importante e fundamental para o sucesso do tratamento (Otoclean). A produção de serosidades purulentas e de cerumen constitui com efeito numa barreira à acção dos antiinfecciosos e antifungicos (Conofite Forte). Fizemos o seguinte protocolo: Via Geral – Per os – 24/24horas Enrofloxacina 10 mg/Kg durante 2 semanas (Alsir 40). Analgésico Per os – Rimadyl mg/Kg. Via Local – Otoclean – 1 ampola no ouvido esquerdo. 1/2 hora depois aplicam-se 8 gotas de Conofite Forte durante 5 dias.
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- Evolução
A dor desapareceu 24 horas após a extracção das praganas. Ao fim de 8 dias o cheiro fétido e o pus desapareceram totalmente. O paciente recuperou a vivacidade e perdeu a agressividade que manifestava quando alguém se aproximava da cabeça.
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